sábado, 3 de janeiro de 2009

Um pedaço de peça para rubens


Um arlequim mal pintado, borrado pela chuva que cai lentamente, um rosto enevoado pela fumaça que povoa o quarto, o arlequim quer pegar o mundo com os pés, não esta aqui para fazer palhaçadas, esta para sofrer, sofre a esmo, sofrer por amor. Essa é sua sina, sua maldição, sua cruz, mas ele não reclama, ele não olha para os lados apenas para frente como uma mula. Uma mula do amor não correspondido.
Ele sofre a cada lagrima de tinta escorrida de seu rosto, rolando junto com suas lagrimas, a cada partida daquele que seria o amor da vida inteira, eu sei que amor pra vida inteira não existe e você também não, mas é o papel dele acreditar, ele é o cara que precisa sofrer, ele é o cara que precisa estar mal para você se sentir bem, ele é o mal necessário.
Começou cedo quando achava que era paixão, pintou a cara e foi botar o bloco na Rua, descendo as ladeiras viu seu amor sendo levado por outro, levado como a água da chuva que corre pelos cantos da rua, envergonhado sua mascara passa a fazer parte de sua personalidade, um sorriso tristonho sem mudar nunca passa pelo seu rosto o longo dos amores perdidos, a borrada e pesada maquiagem de anos de sofrimento e dor agora são a arte de sua alma, presente em suas entranhas. Tudo é dor no peito.
Profundidade é o que falta, profundidade nas pessoas para entenderem o que ele esta sentindo, profundidade suficiente para entenderem seu coração sequelado, profundidade para tirarem seu tapa-olho que o faz enxergar apenas m uma direção. As pessoas não estão prontas. Elas não estão para entender, para aceitar, para amar. As pessoas não estão prontas para amar. Elas pensam que ter domínio sobre o outro é amor, mas mal sabem elas que estão envenenando suas almas, anulando ser ao seu lado e se anulando também.
O arlequim sabe disso, e é por isso que hoje ele bebe sozinho, sentado em sua poltrona de retalhos velhos. Ebe para tentar esquecer que veio parar em uma poça errada e da qual nunca mais poderá escapar de sua dor
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